Nas escolas, são muitos os exemplos de atitudes agressivas capazes de causar sofrimento e angústia. É comum vivenciar casos de estudantes introvertidos, intimidados pelos alunos mais fortes e desinibidos; a menina que carrega o apelido de baleia; o garoto conhecido por quatro olhos e o chamado de palito. Essas situações não são novas, mas somente a partir da década de 70 começaram a ser estudadas com atenção, por pesquisadores de diferentes países, como integrantes de um fenômeno conhecido como bullying.
No Brasil, uma das pioneiras no estudo do tema é Cleo Fante, doutoranda em ciências da educação. Cleo explica que o bullying (do inglês bully, valentão, brigão) é um fenômeno encontrado nas relações entre pares, em especial, estudantes. “Na prática, ocorre quando um estudante (ou mais), de forma intencional, elege como alvo outro (ou outros) contra o qual desfere uma série de maus-tratos repetitivos, impossibilitando a defesa”, diz.
Com dez anos de experiência no estudo do bullying no país, ela criou o programa Educar para a Paz, implantado em diversas escolas do Brasil e de Portugal.
O problema pode ter inúmeras causas. A pesquisadora cita modelos educativos familiares, como o autoritarismo, a permissividade, a ausência de limites e afeto e o abandono, e também fatores como a força da mídia, principalmente por meio de programas e filmes violentos, e a influência cultural — o egoísmo, o individualismo e o descaso colaboram para a falta de empatia, compaixão, tolerância e respeito.
De acordo com a pesquisadora o bullying pode ocasionar sérios problemas, de acordo com a gravidade e do tempo de exposição aos maus-tratos. O que pode comprometer o processo de aprendizagem, apresentar dificuldade de concentração, queda de rendimento escolar e desmotivação para os estudos. Resultando numa possível evasão e reprovação escolar.
Tais consequências podem atingir também o processo de socialização e causar retraimento, dificuldade no relacionamento e na tomada de iniciativas e de decisões. Os problemas podem atingir até a saúde das vítimas e desencadear sintomas e doenças de fundo emocional, como dores de cabeça e de estômago, febre, vômitos, alergias, fobias e depressão.
Lei — Medidas de combate ao bullying devem ser incluídas nos projetos pedagógicos das escolas públicas e particulares de Pernambuco. Lei nesse sentido foi sancionada em dezembro do ano passado pelo governador Eduardo Campos.
Fonte: Site do Mec
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